Todo o clássico tem história – pt 1/2

Para mim, o que trás interesse acrescentado num clássico, face a um carro “convencional” é a sua história.

Um Domingo, decidi fazer aquilo que há muito tempo queria fazer. Levantar-me cedo.

Acordar cedo ao Domingo é um acontecimento de extrema raridade para mim, portanto, só podia ser por um motivo muito forte. E sim, era realmente muito forte.
Fiz-me à estrada em busca da história da RT. Decidi batiza-la assim.

A única pista que tinha para encontrar o tesouro era o livrete original do carro, que continha o nome e a morada do seu primeiro e único dono oficial. Pelo que tinha descoberto entretanto, esse proprietário já teria falecido há bastante tempo (o carro é de 1971). 

Chegado a Vilar do Paraíso, procurei então a rua e o número de porta que constam no livrete. A casa ainda existe, o que me deixa por momentos com uma grande esperança de descobrir algo mais sobre a RT.

Toco à campainha uma, duas, três vezes… até que surge uma mão de alguém já idoso, que desvia a cortina por dentro de uma janela virada para a rua. Não consigo perceber se era uma mulher ou um homem. Percebo apenas que talvez tivesse ficado com receio e por isso tivesse voltado para dentro.

Bem, já que a casa existe e já que mora cá alguém, não vou desistir agora. 

Volto a tocar à campainha mais umas quantas vezes, até que me rendo ao facto de que muito provavelmente ninguém vai falar comigo. 

Na rua existem mais casas, pelo que decido tentar abordar algum vizinho na tentativa de perceber quem mora naquela casa.  A primeira tentativa é a casa imediatamente ao lado, na qual também não tive sucesso.

Duas casas ao lado, e com os cães a ladrar de uma forma ensurdecedora, depois de duas tentativas no botão da campainha, eis que surge uma senhora também já com alguma idade.

Abordo a senhora explicando quem sou, o que estava ali a fazer e peço-lhe encarecidamente que tente falar com a sua vizinha (duas casas acima na rua) e que lhe explique a situação. Faço-lhe entretanto algumas perguntas sobre a RT, e a senhora confirma-me que realmente a RT teria “vivido” naquela rua, que o seu dono já teria falecido e que quem lá mora agora é a viúva dele.

BINGO.

(CONTINUA no próximo post)